O Tribunal Geral da União Europeia negou o recurso da ByteDance, mantendo a classificação da TikTok como “guardião” sob o Ato dos Mercados Digitais. Esta decisão, tomada a 17 de julho de 2024, impõe novas obrigações à plataforma de vídeos curtos, com impacto significativo no seu modelo de negócios.
Decisão Judicial
A decisão do Tribunal Geral sustenta a avaliação da Comissão Europeia de que a TikTok detém uma posição dominante no mercado digital, classificando-a como “guardião”, esta categoria foi criada para regular empresas com uma posição forte o suficiente para influenciar o funcionamento dos mercados digitais de forma substancial, segundo a Comissão Europeia, a TikTok tem uma base de utilizadores e um alcance que justificam a sua inclusão nesta categoria.
A ByteDance contestou esta classificação, argumentando que a TikTok não possui o mesmo nível de controle de mercado que outras plataformas listadas como “guardiões”, como Google e Meta, o tribunal rejeitou este argumento, afirmando que a influência significativa da TikTok no comportamento dos utilizadores e na distribuição de conteúdo a coloca claramente dentro dos critérios estabelecidos pelo DMA.
Impacto no Modelo de Negócios
Com esta decisão, a TikTok será obrigada a cumprir uma série de novas regras que visam aumentar a concorrência e proteger os utilizadores, entre estas obrigações, destacam-se a necessidade de permitir a interoperabilidade com serviços concorrentes, maior transparência nos seus algoritmos de recomendação e a proibição de práticas de auto-preferência, onde a plataforma favorece os seus próprios serviços em detrimento de terceiros.
Estas medidas visam evitar que a TikTok utilize a sua posição dominante para prejudicar a concorrência e garantir que os utilizadores tenham mais controlo e escolha sobre os serviços digitais que utilizam.
Reações e Consequências Futuras
A decisão foi recebida com diferentes reações, defensores da concorrência e da transparência saudaram a decisão, afirmando que ela ajudará a criar um ambiente digital mais justo, a ByteDance expressou a sua desapontamento e indicou que está a considerar as suas opções, incluindo um possível recurso para o Tribunal de Justiça da União Europeia.
A longo prazo, esta decisão poderá ter um efeito cascata sobre outras plataformas digitais que operam na União Europeia, forçando-as a adaptar-se a um quadro regulatório mais rigoroso. Para os utilizadores, estas mudanças podem traduzir-se em maior controlo sobre os seus dados e uma experiência digital mais transparente e equitativa.
A decisão do Tribunal Geral da União Europeia contra a TikTok marca um passo significativo na aplicação do Ato dos Mercados Digitais, reafirmando o compromisso da União Europeia em regular as grandes plataformas digitais e proteger a concorrência. À medida que a TikTok se adapta a estas novas obrigações, o impacto desta decisão será observado de perto tanto por concorrentes quanto por reguladores de outras jurisdições.