Quando juntamos os conceitos de tecnologia e automóvel é comum pensarmos automaticamente de forma futurista, sem parar um pouco para olhar ao nosso redor e chegar à conclusão de que se calhar já estamos bem perto de um futuro que há 100 anos era impensável.
Pensa-se que o primeiro precursor de toda a inovação automóvel tenha sido Karl Benz, que em 1886 registou a primeira patente para um veículo de passageiros com motor de combustão interna. A evolução não se fez esperar. Seguiram-se a invenção dos pneus em 1895, da caixa automática em 1904, dos “ailerons” traseiros em 1973, sendo que muitas mais foram as evoluções desenvolvidas na tecnologia automóvel, nos anos seguintes ao trabalho de Benz.
Apesar de nessa altura a evolução ter parecido muito rápida, na era atual (e que podemos designar como era digital), a taxa de inovação automóvel é ainda maior e mais galopante, assistindo-se hoje em dia, a uma rápida ornamentação de veículos com novas tecnologias para os tornar mais rápidos, seguros, económicos e interativos.
Ao falar da evolução histórica da tecnologia automóvel não podemos deixar de parte o papel de destaque que a centralina eletrónica desempenhou, pois ela foi a mãe de todas as tecnologias de assistência ao condutor. Introduzida na década de 1970, começou por servir para ajustar a mistura de ar e combustível necessária para o arranque do motor, e para dar energia ao carro ao longo da viagem. Todavia com a investigação e desenvolvimento levados a cabo, evoluiu de tal forma que atualmente permite o controlo de vários parâmetros do veículo, incluindo diferentes configurações de desempenho para o motor, controlo de tração, eficiência do combustível, e até mesmo a utilização dos auxiliares aerodinâmicos (como ailerons) ou permitir a ligação automática de luzes e limpa-para-brisas. Em resumo a centralina pode considerar-se como o cérebro do automóvel, cujo principal objetivo é reduzir o risco de erro humano ao volante. Afinal de contas, no que toca à segurança, nada melhor do que ter dois cérebros em vez de um.
A história evolutiva da tecnologia automóvel permitiu solidificar os alicerces que atualmente se constituem como know-how. Deste modo a pergunta mais interessante que nos pode surgir é: Como vão ser os automóveis do futuro, se os que encontramos hoje em dia, em versões recentes, já são tão futuristas?
O trabalho mental de pensar nesta resposta é frequentemente deixado nas mãos dos criativos das grandes empresas automóveis, que criam e conceptualizam o tipo de automóvel designado por “concept”. Este tipo de automóveis constituem-se como projetos únicos que permitem exibir a criatividade e capacidade tecnológica de um fabricante.
A verdade por detrás dos “concept” é que todos esperamos vê-los em exposição para ter um breve vislumbre das versões iniciais de tecnologia futurista, que os fabricantes desejam aperfeiçoar para utilização comercial, e que por isso implementam pela primeira vez neste tipo de carros sob a forma de teste.
Mas nem só de “concepts” vive o mundo automóvel. A necessidade de resolução de problemas, nomeadamente ambientais, sejam eles a diminuição rápida das reservas de combustíveis fósseis na terra, seja a sobrepovoação nas grandes cidades e consequente redução de espaço útil, também aguçou o engenho.
De momento encontrar alternativas automóveis o mais sustentáveis possível é um objetivo partilhado por todos os construtores, que vão palmilhando caminho, enquanto constroem e concebem carros híbridos e até veículos totalmente elétricos.
A legislação ambiental está dura e obriga a que os carros tenham cada vez menos emissões, para tentar tornar a terra mais “verde”, pelo que os veículos se têm de adaptar a uma nova vida na cidade do futuro.
Com vista a solucionar estas questões, a indústria automóvel tem permitido o aparecimento de pequenos modelos híbridos. Estes carros possuem características específicas e especialmente pensadas a fim de não prejudicarem o ambiente e melhorarem a mobilidade na cidade – são pequenos e compactos para poupar espaço, mas também possuem motores mais ecológicos, o que em termos de emissões de dióxido de carbono significa que os condutores não serão importunados pelas leis sobre emissões dentro das cidades e que em termos de consumos significa que utilizam menos combustível (devido à menor capacidade do motor), tornando a condução muito barata.
Em resumo, é notório que a tecnologia, seja ela automóvel ou não tem vindo a responder a muitas das solicitações da vida quotidiana, substituindo na maioria das vezes o homem que falha e que por consequência pode comprometer a sua segurança e a dos outros. Ela é precisa e é o cerne de toda a revolução a que se assiste no nosso quotidiano, configurando-se como nossa companhia, nossa segurança, e por vezes nossa vida. Ainda assim, para que não haja vida tecnológica que nos roube a vida real, é importante termos consciência de que podemos muitas vezes prescindir dela, até para bem da nossa atividade mental. Sim, porque com carros a estacionarem sozinhos, qual vai ser o cérebro que se dispõe a trabalhar para o estacionar mecanicamente? Pense nisso.