O mercado de trabalho, assim como as empresas, reage de acordo com o direção e a atitude de seus líderes. Sendo assim, toda decisão deve ser premeditada e analisada. Para tanto é necessário inovar e investir no momento certo, sem colocar em risco a saúde da empresa. E como está o comportamento do mercado no quesito investimento? Quando investir?
De acordo com o IDC (Internacional Data Corporation), em 2015 o setor de TI deverá crescer 0,9% em Portugal, o que representa 3,46 milhões de Euros a mais que em 2014. Já no Brasil, o IDC prevê um crescimento de 5% para 2015, totalizando US$ 165,6 bilhões. O segmento de TI é um dos que mais se mantém acima da inflação em todo o mundo, mostrando crescimentos anuais sempre superiores aos do ano anterior. No entanto, mesmo com todo o cenário positivo, o setor de TI ainda é o que menos investe em inovação. Somente 11,4% das empresas são responsáveis por lançarem novos produtos e/ou serviços anualmente. O restante tem o hábito de investir somente por alguns períodos para obter retornos em longo prazo. No Brasil, uma empresa de TI chega a ficar de três a cinco anos sem lançar nenhum produto ou serviço novo.
No ano passado, dentre as mil empresas de tecnologia que mais investiram em Pesquisa e Desenvolvimento no mundo, somente sete são brasileiras. Isso mostra como a cultura empresarial brasileira precisa mudar. Nenhuma das empresas brasileiras pertence ao grupo de prestadores de serviços. São todas do setor da indústria e isso reforça um mito de que empresas do setor da prestação de serviço não precisam investir no crescimento da empresa.
Ressalta-se que no setor de serviços, não existe somente a área de Pesquisa e Desenvolvimento para ser investida. É importante lembrar que investimento em mão-de-obra, como treinamento, qualificação e profissionalização são tão importantes quanto investimentos em infraestrutura e pesquisas.
O número de empresas que investem em treinamento no Brasil cresce a cada dia. Isso porque há um aumento na concorrência, principalmente com empresas estrangeiras que estão cada vez mais tomando espaço no mercado interno, oferecendo produtos diferenciados e com preço acessível. Isso torna os consumidores cada vez mais exigentes na hora de definir o que comprar. Também por essa competitividade, é importante investir em treinamentos – sejam voltados para o aprimoramento técnico ou tecnológico (como é mais comum nos setores químico, petroquímico, mineração, metalurgia e siderurgia) ou concebidos para modificar o comportamento das pessoas (como ocorre nos setores de prestação de serviços).
A capacitação das pessoas é necessária e reflete diretamente no diferencial competitivo. Acredita-se que funcionários mais bem qualificados conseguem produzir soluções mais criativas e maior resolutividade. Essa iniciativa é indicada nao apenas para empresas bem consolidades, mas também para empresas com dificuldades financeiras.
A dúvida que fica para os empresários é: Qual o melhor momento para investir? O mundo corporativo é muito diversificado, mas existe uma regra de ouro que vale para qualquer segmento de empresa e até mesmo para profissionais autônomos: invista quando sua empresa estiver no topo. O que mais se vê no mundo corporativo são empresas estagnadas quando estão passando por um crescimento contínuo. Os diretores e administradores procuram solidificar a fórmula usada para chegar ao sucesso momentâneo e tentar mantê-lo. No Brasil, muitos ainda pensam que “em time que está ganhando não se mexe”,mas é justamente aí que mora o perigo.
Quando uma empresa está em alta no mercado, é o momento certo para fazer investimentos e tentar inovar. Afinal, este é o momento mais tranquilo, uma vez que o custo de investimentos não impactará tanto na saúde da empresa. Tentar inovar quando se está ganhando é a melhor estratégia para se obter mais sucesso.
Mas o que vemos acontecer muito no mercado, principalmente entre as pequenas e médias empresas, é que o pensamento de investir e inovar só acontece quando a curva de crescimento da empresa começa a cair. Neste momento, muitos administradores começam a querer investir na empresa para poder fazê-la voltar a crescer e este pensamento pode levar uma empresa ao fechamento.
Escolher o melhor momento é muito importante, pois pode definir quando a empresa vai crescer mais ou não. Se a empresa vai bem, então é hora de ultrapassar essa barreira, ir além do foco no cliente.