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Empreendedores Sociais, Os Heróis Da Modernidade

Vivemos num mundo onde somos constantemente criticados por sermos egoístas, individualistas e só olharmos para o nosso umbigo. Mas hoje, mais do que nunca, temos heróis reais a tornar o mundo num lugar melhor. É a primeira vez na nossa história que temos tantas iniciativas humanitárias a desenrolar em todos os cantos do mundo para o mesmo objectivo – fazer o bem. Como poderemos ser assim tão maus?

Estes heróis modernos têm um nome real mais sério, são os empreendedores sociais. Certamente saberá a definição de empreendedor, e se tiver curiosidade em aprofundar um pouco mais, espreite o nosso artigo “Em Busca da Definição de Empreendedor”. Um empreendedor social, de forma mais simplificada possível, é aquele que desenvolve acções empreendedoras e inovadoras para o bem da sociedade.

Tal como com a definição de empreendedor, há todo um debate em torno da definição exacta de empreendedor social, quem pode e não pode caber nesta definição, e exactamente quais os requisitos necessários para as organizações serem consideradas movidas a empreendedorismo social.

Há quem defenda que só as empresas sem fins lucrativos podem ser consideradas empreendedoras sociais, mas isso deixa de fora aquelas empresas que, com fins lucrativos que obtêm de formas tradicionais, investem em acções sociais com grande impacto, fazendo chegar um determinado bem ou serviço a quem o precisa. Parece-me que vamos deixar entrar na nossa definição as empresas com fins lucrativos.

As organizações não lucrativas, tanto privadas como públicas, que agarram em falhas do estado de bem-estar em que vivemos e tentam compensa-las, também se incluem na definição em questão, assim como as organizações híbridas.

Tanta conversa e ainda não definimos estes heróis, nem o que eles fazem de tão especial.

Definição de Empreendedor Social:

Um empreendedor social objectiviza um problema social concreto, apreende os recursos desperdiçados e direcciona-os para a resolução do problema. Dois pontos importantes: criatividade – em encontrar os tais recursos e na forma como são direccionados; missão – ou altos valores sociais que movem o empreendedor social para conseguir solucionar, ou pelo menos aliviar em maior grau possível, o problema em questão, contra muitas adversidades.

Há imensos casos de empreendedores sociais de sucesso, que com simples acções tornaram melhor a vida de milhares de pessoas. Um bom exemplo é o bengalês Muhammad Yunus, que em 1976 criou um banco de microcrédito para erradicar a pobreza no mundo, com o principal usuário mulheres que conseguiram superar dificuldades com simples ajuda de alguns dólares que devolveram, quando encaminharam a sua vida.

Muito impressionante também é o exemplo de Blake Mycoskie, que em 2006 criou a organização TOMS, onde por cada par de ténis comprados online, automaticamente oferecia um outro par a quem necessita.

Ao contrário das organizações tradicionais onde são medidos os lucros, em empreendedorismo social a ferramenta de medida do sucesso é o benéfico social das acções destas organizações. Eles buscam entender os problemas de várias perspectivas e a forma como eles se relacionam com a sociedade, percebendo assim quais os agentes necessários para efectuar a mudança, e como. Cruzam várias disciplinas para desta forma desenvolver soluções inovadoras, catalisando um potencial que poderá permitir uma divulgação mundial de acções de promoção do bem.

Os empreendedores sociais maior parte das vezes arriscam os capitais próprios na luta pelos seus objectivos. Alguns deixam mesmo de trabalhar e focam-se somente em, citando Mahatma Gandhi, “be the change you [they] want to see in the world”. Já foram executadas iniciativas bilionárias para capacitar indivíduos em diferentes cantos do mundo de condições básicas de higiene, segurança, educação, saúde, direitos humanos, e tudo o que para a maioria de nós, simples cidadãos que trabalham das 9:00 às 18:00, tornou-se invisível.

“The Rise of the Social Entrepreneur” de Charles Leadbeater

Charles Leadbeater, escritor britânico e antigo conselheiro de Tony Blair, publicou em 1997 um livro intitulado “The Rise of the Social Entrepreneur”. Leadbeater estudou vários casos de organizações baseadas em empreendedorismo social, nomeadamente organizações que trataram/tratam problemas sociais relacionados com os sem-abrigo, tóxico-dependentes, desemprego, etc., e tirou conclusões quanto à sua forma de funcionamento, o seu ciclo de vida e em relação à aquilo que faz este tipo de empreendedorismo acontecer. A resposta à última questão é singular: empreendedores sociais.

O que é um empreendedor social segundo o estudo de Charles Leadbeater?

Esta é talvez a definição mais estruturada e completa que encontrei do que é ser empreendedor social:

  1. Agarrar em recursos subaproveitados e descartados e concentrá-los de forma a atender necessidades sociais insatisfeitas.
  2. Criar novos serviços, produtos e formas de lidar com problemas através da junção de diversas abordagens e disciplinas, que tradicionalmente foram mantidas separadas (inovação).
  3. Transformar instituições que estão a dirigir, torná-las dinâmicas, criativas, e sobretudo transformar comunidades que servem, abrindo-lhes possibilidades para auto-desenvolvimento.
  4. Liderar os seus colaboradores com paixão.
  5. Dominar o storytelling de forma a comunicar a sua missão e os seus valores.
  6. Gerir pessoas, ter olho para aqueles que têm potencial para ajudar na sua missão, e saber sempre reconhecer o seu valor.
  7. Ser oportunista visionário, isto é, ser visionário e realista mas não sentimentalista.
  8. Construir alianças, pois os empreendedores sociais sabem que não sobrevivem sozinhos e por essa razão constroem todas as alianças que lhes parecem tornar a sua missão possível.

Um empreendedor social é alguém que não vê o seu público-alvo como indivíduos passivos e dependentes, ou se quiserem, os chamados coitadinhos. Ele vê estes indivíduos como activos e exigentes, com um papel muito importante na concretização da missão e na propagação dos valores sociais.

Charles Leadbeater desenvolveu também uma projecção dos componentes que, segundo os casos práticos que estudou, promovem a inovação e a sobrevivência de organizações de empreendedorismo social.

Chegou à conclusão que são cinco ingredientes centrais:

  1. Empreendedor Social – uma figura dinâmica que com uma visão baseada em valores sociais acende a chama, inspira e desenvolve o projecto. É ele que está no centro, como um ponto de equilíbrio gravítico em torno do qual gira o resto do sistema.
  2. Natureza da organização social – criar organizações amplas, flexíveis, planas e com uma forte abertura e cultura criativa.
  3. Interacção da organização com o ambiente – tem de existir uma adaptação da organização conforme o ambiente que a rodeia, uma flexibilidade de amplificação dos objectivos. A organização tem de estar aberta à mudança e a uma relação de transparência com os seus usuários, parceiros e entidades onde pode ir buscar auxílio de capital financeiro e humano.
  4. Círculo da acumulação do capital social que os empreendedores sociais colocam em marcha – através da criação de um ciclo de desenvolvimento que passa por diversos estágios, onde em primeira instância há um capital social que permite o desenvolvimento físico e financeiro e em segunda instância o recrutamento de capital humano e organizacional. Se estas fases são bem sucedidas, a organização pode gozar de um crescimento forte, passando assim para uma próxima fase de investimento.
  5. Maturação da organização – crescimento é vital e faz parte do carácter deste tipo de organizações. Mas conforme a organização cresce, torna-se mais complexa, mais difícil de gerir e mais vulnerável financeiramente. É muito importante compreender as fases de crescimento pelas quais as organizações passam para desenhar políticas de apoio.
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