O governo dinamarquês anunciou recentemente a transição de Microsoft Office e Windows para LibreOffice e Linux, seguindo os passos das maiores cidades do país, Copenhaga e Aarhus.
Esta mudança visa alcançar a “soberania digital”, reduzindo a dependência de fornecedores de tecnologia estrangeiros, principalmente dos Estados Unidos, e aumentando o controlo sobre a infraestrutura digital e os dados do país.
A soberania digital tem se tornado uma prioridade na União Europeia (UE), impulsionada por preocupações de segurança, economia, política e sociedade.
Líderes europeus procuram diminuir a dependência de tecnologias estrangeiras, especialmente as provenientes dos Estados Unidos, para garantir maior controlo sobre o futuro tecnológico e os dados privados dos europeus.
A Dinamarca não está sozinha nesta iniciativa. Bart Groothuis, membro do Parlamento Europeu, defende que a UE deveria adotar uma “Cloud europeia” para reduzir a dependência de serviços americanos, os custos com software Microsoft em Copenhaga aumentaram de 313 milhões de coroas em 2018 para 538 milhões de coroas em 2023, um aumento de 72% em apenas cinco anos.
A transição para software de código aberto não será fácil. Migrar de sistemas como Azure, Office e Windows para alternativas baseadas na UE, como NextCloud, LibreOffice e Linux, exigirá tempo e esforço consideráveis.
Existe ceticismo sobre a viabilidade de tal mudança, uns argumentam que é impossível para a Dinamarca abandonar completamente o software Microsoft ou alcançar a soberania digital a 100%.
A Dinamarca, sendo um dos países mais digitalizados do mundo e altamente dependente da Microsoft, está a dar um passo significativo em direção à soberania digital.
Esta transição representa não apenas uma mudança tecnológica, mas também um movimento estratégico para garantir a autonomia e a segurança digital da Dinamarca.
A Dinamarca está a mostrar que é possível procurar alternativas que garantam não só a segurança, mas também a autonomia tecnológica. Que este seja um exemplo inspirador para outros países seguirem, fortalecendo a resiliência e a inovação em todo o mundo.