O meio empresarial é um meio onde a pressão anda de mãos dadas com os sentimentos dos colaboradores que nele operam. Como os mercados são cada vez mais exigentes e se encontram cada vez mais sujeitos à pressão das mudanças, quer sejam elas ao nível tecnológico, quer sejam ao nível político, social e financeiro, é necessário que todos os que lidam diariamente com as pressões diametralmente opostas que emergem da conjugação de vários fatores estejam capacitados para tal. E é exatamente neste âmbito que surge o coaching.
O coaching empresarial constitui-se como um processo de compromisso de comunicação significativa com indivíduos em empresas, organizações e instituições com o objetivo de promover o sucesso a todos os níveis da organização. Nesse sentido, e a fim de obter o tão desejado sucesso este processo ativo procura através das suas dinâmicas promover e operar mudanças nos pensamentos, atitudes e comportamentos, alinhando-os no sentido da obtenção das expectativas de desempenho que se pretendem alcançar.
Para por em prática este tipo de abordagem é necessário que exista um coach certificado e formado nas competências que pretende transmitir, dado que ele será o elemento indutor das mudanças que se pretendem ver implementadas na organização a longo prazo.
Deste modo, é imprescindível que o coach se reja por princípios como responsabilidade, sensibilização e compromisso, dado o impacto que a sua atuação terá na organização. Para além disso, para garantir a escolha de um bom coach é necessário que este reúna as seguintes características:
- Ser enérgico e motivador porque isso garante uma aproximação aos colaboradores da empresa dado induzir uma mudança de ambiente que permite gerar novas ideias de forma mais intuitiva;
- – Possuir visão, pois ao alinhar a imagem do futuro que se pretende alcançar com a imagem de sucesso da organização no estado atual, consegue transmitir aos colaboradores a confiança que necessitam para continuar a lutar diariamente e a fazer o seu papel na organização;
- Saber escutar ativa e pacientemente, pois muitas serão as questões internas levantadas durante um processo de coaching, dado que o conteúdo com que se está a lidar nestas sessões é puramente emocional;
- Saber ser neutro, porque normalmente muitas são as batalhas internas travadas entre as diferentes formas de funcionar dos diferentes departamentos que constituem a organização, sendo natural que estes conflitos venham ao de cima, dado que os envolvidos podem percecioná-los como limitações externas à sua produtividade;
- Ser metódico e criativo em proporções semelhantes, para que deste modo possa criar o ambiente necessário à experimentação de conceitos e ao desenvolvimento colaborativo dos seus planos de implementação;
- Ambicionar a excelência, pois ao demonstrar a qualidade e perfecionismo do seu trabalho garantirá que por comparação, os colaboradores da empresa se sintam motivados a ser iguais ou melhores;
- Possuir capacidade de dar feedback e orientação sempre que necessário a fim de que, ao congratular os colaboradores pelo cumprimento das suas pequenas missões, estes se sintam motivados a fazer sempre melhor.
Agora que já foram listadas as competências necessárias que qualquer coach deve possuir vamos analisar o busílis da questão: De que forma se operacionaliza o coaching? O que acontece realmente numa sessão destas?
Numa sessão de coaching o profissional designado para o efeito (o “coach”), organiza em grupos os colaboradores de uma determinada organização e por intermédio de perguntas assertivas e exercícios práticos, tipicamente utilizados ao nível da psicologia, sejam eles brainstorming, mindmaps, selecção e interpretação de imagens, procura encontrar soluções e desenhar roadmaps adaptados às necessidades de cada um, com o objetivo de melhorar as competências que estes não possuem tão desenvolvidas.
Todas as ferramentas lúdicas anteriormente referidas permitem ao coach não só caracterizar a situação em que cada profissional se encontra, como também identificar o que cada um pretende alcançar e qual o objetivo da sua concretização ao nível pessoal e ao nível corporativo.
Ao ajudar os colaboradores a refletirem acerca do plano mais adequado às suas necessidades, considerando durante o processo, as suas maiores forças e debilidades, as organizações estão a garantir a transferência de conhecimentos pessoais para o foro profissional, levando a que o colaborador descubra como transpor as suas forças pessoais para a vida profissional, e como melhorar e transmutar as suas debilidades pessoais, de forma a que elas não interfiram com o seu desempenho profissional.
As sessões de coaching partem todas do mesmo pressuposto – grande parte (senão a maioria) das limitações que cada colaborador sente, estão dentro de si – e por isso mesmo podem ser mudadas pelo mesmo agente que as cria, mediante a utilização de processos criativos de exposição compreensiva. Nesse sentido o coach constitui-se como interlocutor por excelência entre os processos internos de cada colaborador e eles mesmos.
Em suma, mais do que permitir a criação de diferentes abordagens para a resolução dos problemas dos colaboradores de uma organização, o coaching ajuda a pô-las em prática, através da adaptação personalizada de roadmaps interativos e dinâmicos que pretendem gerir os processos internos dos elementos que constituem a organização.