Um estudo alarmante revelado pelo International Union for Conservation of Nature (IUCN) indica que 38% de todas as espécies de árvores do planeta enfrentam um risco grande de extinção, uma ameaça que coloca em perigo ecossistemas inteiros, a biodiversidade global e economias locais.
O cenário apresentado pela IUCN revela uma crise ambiental de proporções significativas, as árvores representam mais de um quarto das espécies na Lista Vermelha da organização, superando em mais do dobro o número de aves, mamíferos, répteis e anfíbios ameaçados, esta situação emerge de uma complexa teia de ameaças, incluindo alterações climáticas, desflorestação, espécies invasoras, pragas e doenças, afetando praticamente todos os países do mundo.
A dimensão desta crise ultrapassa as fronteiras ambientais, segundo dados da IUCN, mais de 5.000 espécies de árvores catalogadas na Lista Vermelha são utilizadas na construção civil, enquanto mais de 2.000 espécies fornecem recursos medicinais, alimentares e combustíveis, esta interdependência entre sociedade e natureza sublinha a urgência de ações concretas.
Em 2021, vários líderes mundiais que representaram mais de 85% das florestas globais comprometeram-se a acabar com a desflorestação até 2030, algo que o relatório Forest Declaration Assessment 2024 revela que, no último ano, 6,37 milhões de hectares de floresta foram permanentemente perdidos, “Estamos um terço do caminho percorrido nesta década, e coletivamente, mal conseguimos fazer diferença no controlo da desflorestação”, constata o relatório.
Um estudo de 2022 focado nas espécies nativas dos Estados Unidos continentais identificou que 11-16% das espécies de árvores locais estão ameaçadas de extinção, principalmente devido a pragas invasoras e doenças.
Jean-Christophe Vié, Diretor-Geral da “Fondation Franklinia” – estabelecida em 2005, dedica-se à preservação de espécies de árvores ameaçadas em todo o mundo. A fundação concede apoios financeiros a projetos de conservação da natureza, com especial foco na conservação in-situ de árvores ameaçadas no Leste de África. As organizações elegíveis para estes apoios devem demonstrar experiência comprovada em conservação vegetal e desenvolver projetos que visem melhorar o estado de conservação das espécies arbóreas globalmente ameaçadas, listadas na Lista Vermelha da IUCN, enfatiza a necessidade de melhorar as práticas de reflorestação, “As árvores são vistas como uma solução fácil para as alterações climáticas e são plantadas em todo lado, mas a forma como a reflorestação é feita precisa de ser substancialmente melhorada, diversificando espécies e incluindo aquelas ameaçadas nos esquemas de plantação“.
A situação exige uma resposta coordenada e imediata, é estimado que 100 árvores podem remover 54 toneladas de monóxido de carbono e perto de 200 kg de outros poluentes atmosféricos por ano, sublinhando o papel crucial das árvores na regulação climática.
A preservação das espécies arbóreas não é apenas uma questão de conservação ambiental, mas uma necessidade vital para a sustentabilidade do nosso planeta e das gerações futuras, os governos, empresas e sociedade civil precisam de unir esforços para implementar soluções eficazes que garantam a sobrevivência destas espécies fundamentais para a vida na Terra.