No nosso mundo, estar online é já uma necessidade básica, nesta nova era online em que vivemos, o surgimento do novo e estranho mundo da dopamina e a sua estreita relação com as redes sociais têm suscitado crescentes preocupações. Esta realidade caracteriza-se pela natureza viciante de algumas plataformas tecnológicas que estimulam o sistema de recompensa do cérebro através da libertação de dopamina. Este fenómeno está a conduzir a problemas como a diminuição da capacidade de concentração, a falta de hábitos de leitura e um declínio do conhecimento geral.
Mas, o que é a dopamina?
A dopamina é um neurotransmissor presente no cérebro que desempenha um papel crucial na regulação de várias funções cognitivas e comportamentais, a dopamina está intimamente ligada ao sistema de recompensa do cérebro, sendo libertada quando experimentamos algo agradável ou gratificante, a dopamina cria uma sensação de prazer e reforça comportamentos que levam a essa recompensa. No entanto, a dopamina é essenciais para a motivação, o foco e a capacidade de aprender e reter novas informações, em doses moderadas.
Neste contexto do artigo que estamos a escrever “Um mundo de dopamina”, as plataformas de redes sociais e certas tecnologias são criadas para ativar e abusar do sistema de recompensa cerebral, libertando dopamina de forma intermitente e imprevisível. Isso cria um ciclo de antecipação e recompensa que pode levar ao vício e à dificuldade em desligar-se destas plataformas.
Impacto das Redes Sociais na Educação
As redes sociais exercem um impacto gigante na educação e na capacidade de concentração dos nossos miúdos, especialmente dos mais jovens, o vício nestas plataformas prejudica a aquisição de novos conhecimentos, diminui hábitos de leitura e diminui a capcidade de concentração. Existem causas sociais, educacionais e culturais que provocam a prevalência desta adicção, principalmente entre os mais novos. A educação é fundamental para mitigar os efeitos negativos do vício tecnológico. Rever os sistemas educativos, ensinando desde cedo o pensamento crítico, a criatividade e a resolução de problemas, bem como as competências digitais, é essencial. Ao mesmo tempo é necessário promover uma cultura de uso moderado e equilibrado das tecnologias, tanto em contexto familiar como educativo.
Embora os jovens sejam um grupo de risco, há uma percentagem significativa de utilizadores de redes sociais em todas as faixas etárias e este utilizadores podemos verificar sintomas de vício. Isso afeta negativamente a saúde mental, o relacionamento familiar, o bem-estar e a produtividade desses indivíduos, independentemente da sua idade ou situação económica.
Consequências Económicas e Sociais do Vício nas Redes Sociais
Em estudos recente, verificamos que entre 5% a 10% dos utilizadores de redes sociais sofrem de sintomas de vício. Se considerarmos que 10% da população mundial enfrenta este problema, estamos a falar numa diminuição de 1% na produtividade, em termos monetários significa uma perda estimada de cerca de 800 mil milhões de Eur. no PIB global. Entre o vício nas redes sociais, juntármos a nova vaga de notícias falsas (fake news) e a ascensão de partidos populistas e percebemos que vai haver implicações complexas e abrangentes, incluindo a vulnerabilidade à desinformação e o aumento da polarização política.
O Papel da Legislação
A legislação desempenha um papel crucial na abordagem destes desafios, regulamentando a utilização das tecnologias, protegendo o bem-estar dos indivíduos e mitigando potenciais danos. No entanto, é essencial que a legislação antecipe as disrupções tecnológicas e estabeleça regulamentos preventivos, envolvendo todas as partes interessadas, desde especialistas em tecnologia a grupos de defesa dos consumidores, os procedimentos legislativos podem e devem ser ágeis e eficientes, permitindo respostas rápidas às perturbações tecnológicas. A implementação de mecanismos de emergência e processos simplificados pode facilitar situações regulamentares atempadas.
Este novo mundo de dopamina e sua relação com as redes sociais representam um desafio complexo que requer uma abordagem abrangente e colaborativa. A educação, a promoção do equilíbrio, a legislação forte são elementos-chave para mitigar os efeitos negativos desta realidade e promover um uso responsável das tecnologias, só através de esforços concertados entre todos os setores da sociedade poderemos salvaguardar o bem-estar dos indivíduos, preservar as cpacidades cognitivas essenciais e construir um futuro mais saudável e equilibrado na era do mundo online.