A taxa de inflação em Portugal abrandou para 2,5% em julho, segundo a estimativa rápida divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Esta descida marca um alívio significativo na pressão inflacionária que tem afetado a economia portuguesa nos últimos meses.
A desaceleração da inflação deve-se, em grande parte, à queda dos preços da energia e ao abrandamento dos aumentos nos preços dos alimentos. Em junho, a inflação homóloga tinha-se fixado em 3,4%, destacando-se assim a tendência de redução que se tem verificado nos últimos meses. Este abrandamento reflete também os efeitos das medidas implementadas pelo governo para mitigar os impactos da crise energética e alimentar, como a redução do Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) e o apoio direto às famílias e empresas.
Economistas e analistas veem com bons olhos esta tendência, considerando-a um sinal positivo para a recuperação económica do país. A ministra da Economia, Ana Mendes Godinho, afirmou que “este abrandamento da inflação é um reflexo das políticas eficazes que temos implementado para proteger os consumidores e estabilizar os preços”, no entanto, alertou que é necessário continuar atento aos mercados internacionais, especialmente devido às incertezas geopolíticas que ainda podem afetar os preços dos combustíveis e dos alimentos.
O presidente do INE, Francisco Lima, destacou que “apesar da redução, a taxa de inflação ainda está acima da meta de 2% definida pelo Banco Central Europeu, o que significa que devemos manter uma política monetária vigilante”. Especialistas em economia sublinham que, embora a tendência de abrandamento seja positiva, a recuperação plena ainda está sujeita a vários fatores externos, incluindo as tensões comerciais e a evolução dos preços do petróleo.
O ano de 2023 foi marcado por uma inflação elevada, com a taxa anual a atingir 4,3%, influenciada principalmente pelo aumento dos preços da energia e dos alimentos devido à guerra na Ucrânia. No entanto, desde o início de 2024, as políticas de contenção de preços e os ajustes fiscais têm contribuído para a desaceleração gradual da inflação. A implementação do mecanismo ibérico para limitar o preço do gás e as reduções fiscais sobre a eletricidade são exemplos de medidas que ajudaram a estabilizar os preços.
A desaceleração da inflação para 2,5% em julho representa um alívio importante para as famílias portuguesas, que têm sentido o peso da subida dos preços nos últimos anos. No entanto, é crucial manter políticas económicas e fiscais que garantam a sustentabilidade desta tendência. O governo pretende continuar a monitorizar de perto os preços e ajustar as medidas conforme necessário para assegurar uma recuperação económica sólida e duradoura.