No segundo trimestre de 2024, a China registou um nível recorde de saída de investimento estrangeiro, sinalizando uma crescente desconfiança na economia do país. Factores como o abrandamento económico, políticas governamentais voláteis e tensões geopolíticas têm levado investidores a retirar seus capitais, com impactos potencialmente graves na estabilidade global.
Nos últimos meses, a segunda maior economia do mundo tem sido abalada por uma série de fatores que desencadearam uma fuga massiva de capitais estrangeiros. Entre abril e junho de 2024, o investimento direto estrangeiro na China registou uma queda histórica, motivada por uma combinação de fatores económicos e políticos. A desaceleração do crescimento económico chinês, em conjunto com o aumento das restrições regulatórias e a falta de confiança nas políticas governamentais, são apontados como principais causas desta retirada de capitais.
O fenómeno gerou preocupação entre economistas e líderes empresariais globais. A queda do investimento estrangeiro não só ameaça o crescimento económico da China, como também pode ter repercussões em cadeias de abastecimento globais e em mercados financeiros internacionais. Países que dependem fortemente da China para comércio e investimento podem enfrentar instabilidade económica, caso esta tendência persista.
Economistas internacionais têm alertado para os riscos de uma crise económica mais ampla. Segundo um analista entrevistado pelo Diário de Notícias, “a confiança dos investidores está no ponto mais baixo dos últimos anos, e o governo chinês precisa de reverter esta situação com urgência se quiser evitar uma recessão prolongada.”
O declínio no investimento estrangeiro na China não é um fenómeno novo, mas atingiu novos patamares em 2024. Historicamente, a China tem sido vista como um porto seguro para investimentos devido ao seu crescimento robusto e mercado interno vasto. Contudo, nos últimos anos, a combinação de políticas imprevisíveis e uma abordagem cada vez mais intervencionista do governo tem afastado investidores, que procuram alternativas mais estáveis.
O futuro do investimento estrangeiro na China permanece incerto. Para evitar um colapso económico mais grave, o governo chinês pode ter de reconsiderar as suas políticas internas e procurar reconquistar a confiança dos investidores internacionais. A longo prazo, a capacidade da China de se adaptar a estas pressões externas determinará o seu papel na economia global.