Grandes empresas, grandes empresários e grandes marcas têm uma coisa em comum: inimigos. As ameaças estão sempre apontando no horizonte quando se tem poder nas mãos.
Empresários maiores podem querer comprar sua empresa ou até mesmo traçar uma estratégia agressiva de preços. Mas engana-se quem pensa que apenas os grandes podem ameaçar, as marcas e empresas menores podem se unir para disputar o concorrido mercado com você. O que é certo é que quando se está no topo, o número de forças tentando pegar um pedaço do mercado que você domina é sempre preocupante. Muitas vezes, os pequenos inimigos podem fazer um estrago até maior que os grandes concorrentes. Inimigos que antes eram invisíveis, mas que agora mudaram toda a forma de se fazer negócios.
Lembram das incansáveis propagandas da Intelig e da Embratel sobre suas excelentes tarifas de DDI? Os comerciais mostravam como ligar para outro país poderia custar menos de U$1,00 por minuto, caso fossem utilizados os códigos destas operadoras. E quem vocês conhecem hoje que usam este tipo de serviço? O Skype não deixou margem para concorrência. Conversar pela internet hoje, utilizando serviços como o Skype, Hangout e outros aplicativos é tão comum que ninguém cogita mais pegar um telefone para ficar ligando para outros países utilizando códigos de operadoras.
Continuando a abordagem no segmento das operadoras de telefonia, temos ainda o SMS, responsável por uma receita de bilhões de dólares anuais para a troca de mensagens de 160 caracteres. E como uma empresa que hoje conta com apenas 35 funcionários, foi capaz de aniquilar esse mercado bilionário em todo o mundo? O Whatsapp não foi o primeiro aplicativo de troca de mensagens por meio do uso de smartphone, mas é o mais popular, totalizando mais de 500 milhões de usuários em todo o mundo, e com um aumento mensal de 50 milhões de novos usuários. Será que as operadoras não viram essa pequena empresa como uma ameaça? Ou será que subestimaram o poder de crescimento delas?
Quem nasceu até o início da década de 80, lembra que devolver uma fita VHS sem rebobinar para a locadora era motivo para pagar multa. Nessa época a Blockbuster, maior rede de locadoras do mundo, valia bilhões de dólares e estava no seu auge. Foi então que surgiu a Netflix, oferecida como oportunidade a Blockbuster por apenas 50 milhões de dólares, que não acreditou neste novo modelo de negócios. Hoje, a Netflix é a maior locadora virtual do mundo e vale bilhões de dólares, ao passo que a Blockbuster entrou em falência.
As grandes emissoras de TV enfrentam também um concorrente que começou pequeno e despercebido, mas hoje dita as tendências em vídeos: YouTube. Se você perguntar a uma criança de 8 a 12 anos de idade como ela faz para ver seu desenho favorito, você vai ver que a TV nem está na lista das plataformas que elas utilizam. Uma criança não quer esperar um certo dia e horário, de um determinado canal para assistir a Galinha Pintadinha. Hoje ela pode acessar, na hora que quiser, o YouTube e assistir a seu desenho predileto, quantas vezes quiser. Por que assistir à comerciais a cada 5 minutos de desenho animado se na internet você tem conteúdo direto e imediato?
E o que dizer da maior rede de hotéis do mundo? A rede de hotéis e resorts Hilton que foi fundada em 1919 perdeu o posto de empresa com maior número de quartos para o Airbnb, uma startup criada em 2008 e que hoje está presente em 30 mil cidades e 192 países. O Airbnb é tão competitivo que o custo para se abrir um novo quarto no site é de apenas 5 dólares, enquanto para os Hotéis Hilton, esse custo pode chegar a milhares de dólares.
Esses são só alguns exemplos de que pequenas startups, quase invisíveis, podem derrubar grandes e consolidadas empresas no mercado. Não trata-se apenas de uma briga entre grandes empresas, mas uma briga por inovação e criatividade. Empresas que não se atualizam ou não estão atentas para o mercado podem apresentar dificuldades para identificar quando um rival entra para o mercado, e sofrerem com isso.