O preço do ouro atingiu um novo recorde histórico esta segunda-feira, impulsionado pelo optimismo em relação a um possível corte das taxas de juro pela Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed), esta subida, que viu o metal precioso alcançar 2.440,59 dólares por onça, reflete a confiança dos investidores de que a Fed reduzirá os juros ainda este ano.
O Que Está a Impulsionar o Preço do Ouro?
Vários fatores têm contribuído para esta alta do ouro, em primeiro lugar, as perspetivas de que a Fed possa diminuir as taxas de juro em breve estão a incentivar os investidores a procurarem ativos seguros como o ouro, que não paga juros, mas tende a valorizar-se em períodos de incerteza económica, recentemente, dados indicaram uma diminuição da inflação nos EUA, reforçando a expectativa de cortes nas taxas de juro.
As tensões geopolíticas, especialmente na Rússia e no Médio Oriente, têm intensificado a procura pelo ouro, um ataque com drone a uma refinaria russa e um incidente envolvendo um petroleiro no Mar Vermelho destacam a instabilidade global, o que tradicionalmente leva os investidores a recorrer a ativos considerados refúgios seguros.
Este aumento no preço do ouro segue um mês de março já positivo, onde o metal precioso registou um aumento superior a 9%, este movimento foi suportado não só pelas perspetivas de cortes nas taxas de juro, mas também pela compra significativa de ouro por parte dos bancos centrais, incluindo a China, estes factores combinados estão a criar um ambiente favorável para a valorização do ouro.
O índice de preços nas despesas de consumo das famílias nos EUA mostrou uma aceleração, o que contribuiu para um ambiente de mercado otimista, a Fed manteve a previsão de três cortes nas taxas de juro para este ano, enquanto o Banco Central Europeu (BCE) pode avançar com quatro cortes durante o mesmo período.
A valorização do ouro não ocorre isoladamente, outros metais preciosos, como a prata, também têm registado aumentos significativos, com a prata a atingir o seu valor mais alto dos últimos 11 anos. Este fenómeno deve-se tanto à procura por refúgios seguros como ao uso industrial crescente, por exemplo, em painéis solares.
A queda do dólar e a subida dos títulos do Tesouro dos EUA contribuíram para a valorização do ouro, com a inflação a mostrar sinais de abrandamento, a confiança no corte das taxas de juro reforça a procura por metais preciosos como uma forma de proteger o valor dos investimentos.
Os analistas esperam que o ouro continue a ser uma opção atrativa para os investidores enquanto persistirem as incertezas económicas e geopolíticas. Se a Fed proceder com os cortes nas taxas de juro, o ouro poderá ver novas valorizações, mantendo-se como um ativo crucial nos portfólios de investimento globais.
Com a Fed e o BCE a preverem ajustes nas políticas monetárias, e com as tensões geopolíticas a manterem-se elevadas, o ouro parece estar bem posicionado para continuar a sua trajetória ascendente no mercado mundial.