Após uma disputa judicial que se arrastou por 12 anos, Kim Dotcom, fundador do Megaupload, teve o seu recurso final negado pelo Supremo Tribunal da Nova Zelândia, abrindo caminho para a sua extradição para os Estados Unidos. A decisão marca o fim de uma longa batalha envolvendo acusações de violação de direitos de autores e conspiração para lavagem de dinheiro.
Kim Dotcom, o empresário alemão conhecido por fundar o site de partilha de ficheiros Megaupload, enfrentava desde 2012 um processo de extradição movido pelos Estados Unidos. O Megaupload, que no seu auge chegou a ter mais de 180 milhões de utilizadores registrados, foi acusado de causar bilhões de dólares de prejuízos à indústria do entretenimento devido à distribuição ilegal de conteúdo protegido por direitos de autor. Dotcom, que sempre negou as acusações, argumentou que o site era apenas uma plataforma para armazenamento de dados, não sendo responsável pelo uso que os utilizadores faziam do serviço.
A decisão da Suprema Corte da Nova Zelândia, proferida a 15 de agosto de 2024, confirmou a validade do pedido de extradição dos EUA, encerrando uma série de apelações e manobras jurídicas utilizadas por Dotcom para evitar ser enviado para o país norte-americano. A decisão foi recebida com alívio pela indústria do entretenimento nos EUA, que há anos procurava responsabilizar Dotcom pelos supostos danos financeiros causados pelo Megaupload.
Um porta-voz do Departamento de Justiça dos Estados Unidos declarou que “a extradição de Kim Dotcom é um passo crucial na aplicação da lei contra crimes cibernéticos de grande escala, reforçando a importância da proteção dos direitos de autores numa era digital“. Já Dotcom, por meio da sua conta no X, antigo Twitter, lamentou a decisão, afirmando que foi vítima de uma “caça às bruxas” orquestrada por interesses comerciais poderosos.
O caso Megaupload ganhou notoriedade em 2012, quando autoridades americanas fecharam o site e realizaram uma operação de grande escala na Nova Zelândia para prender Dotcom e outros executivos do Megaupload. Desde então, Dotcom utilizou todos os recursos legais disponíveis, atrasando o processo de extradição por mais de uma década. Analistas apontam que a decisão final representa uma vitória significativa para os Estados Unidos na sua luta contra a pirataria digital e estabelece um precedente para casos futuros.