O estudo PISA (Programme for International Student Assessment) de 2022 revelou dados importantes sobre a literacia financeira dos estudantes portugueses de 15 anos, aavaliação, que abrange estudantes perto do final da escolaridade obrigatória, não só mede a capacidade de reprodução de conhecimentos, mas também examina a aptidão dos alunos para aplicar esses conhecimentos em contextos não familiares.
O PISA 2022 teve como objetivo principal avaliar até que ponto os estudantes adquiriram habilidades essenciais para uma participação plena na vida social e económica, este estudo é particularmente relevante, pois liga os resultados de aprendizagem dos alunos aos seus contextos e atitudes, além de outros aspetos que moldam as suas aprendizagens, tanto dentro como fora da escola.
Desempenho dos Estudantes Portugueses
Os resultados do PISA 2022 indicam que o desempenho médio dos estudantes portugueses em literacia financeira não foi estatisticamente diferente da média dos países da OCDE. Portugal encontra-se num grupo de países com desempenhos semelhantes aos da Hungria, Noruega e Espanha, este dado sugere que, embora os estudantes portugueses estejam alinhados com os seus pares europeus, há espaço para melhorias significativas.
Comportamentos de Poupança e Consumo
O estudo também revelou dados interessantes sobre as estratégias de poupança dos estudantes portugueses, uma alta percentagem (93%) relatou ter poupado dinheiro em casa nos 12 meses anteriores à pesquisa, o que é superior à média da OCDE, contudo, apenas 45% dos estudantes portugueses relataram ter poupado dinheiro numa conta bancária durante o mesmo período, um valor inferior à média da OCDE. Estes números indicam que, embora os jovens em Portugal tenham uma forte inclinação para poupar, muitos ainda não utilizam instituições financeiras para este fim, este comportamento pode ser influenciado pela falta de educação financeira prática ou pela ausência de estímulo por parte das famílias e das escolas.
Abertura de Contas Bancárias para Crianças
Em Portugal, é possível abrir uma conta bancária para crianças desde o nascimento, uma prática comum também em países como Costa Rica, Itália, Países Baixos e Estados Unidos, esta política facilita a introdução das crianças ao sistema bancário desde cedo, potencialmente promovendo uma maior literacia financeira a longo prazo.
Comportamentos de Compra
Outro aspeto interessante revelado pelo PISA 2022 é o comportamento de compra dos estudantes portugueses. Cerca de 70% dos estudantes relataram que esperam até que um produto fique mais barato antes de comprá-lo, e 80% dos estudantes compararam preços em diferentes lojas, indicando uma abordagem prudente e informada ao consumo. Estes comportamentos refletem uma maturidade crescente entre os jovens portugueses no que diz respeito à gestão das suas finanças pessoais, a capacidade de comparar preços e esperar por melhores oportunidades demonstra um entendimento básico, mas essencial, da gestão financeira.
Implicações e Perspectivas Futuras
Os resultados do PISA 2022 sugerem que, embora os estudantes portugueses apresentem uma literacia financeira comparável à média da OCDE, há várias áreas que podem ser melhoradas, a educação financeira nas escolas deve ser reforçada, enfatizando a importância do uso de contas bancárias e a compreensão de produtos financeiros básicos, e iniciativas que promovam a literacia financeira desde a infância podem ter um impacto significativo. Programas escolares e políticas públicas que incentivem a poupança formal e a gestão prudente de finanças podem preparar melhor os jovens para os desafios económicos futuros.
Em resumo, o estudo PISA 2022 fornece uma visão abrangente do estado da literacia financeira entre os estudantes portugueses. Apesar dos resultados positivos em termos de poupança e comportamentos de compra, é essencial continuar a investir na educação financeira para garantir que os jovens estejam plenamente preparados para a vida económica e social. A melhoria contínua nestas áreas poderá proporcionar uma base mais sólida para o desenvolvimento económico do país a longo prazo.