Em resposta às preocupações levantadas pela DECO sobre o possível aumento das comissões no serviço MB Way, o Governo português está a considerar um ajustamento legislativo. A medida visa evitar que os consumidores sejam penalizados por novas taxas que poderão ser impostas pelas instituições financeiras.
O alerta emitido pela DECO, no dia 14 de agosto de 2024, veio na sequência de uma recente movimentação por parte dos bancos que pretendem implementar novas comissões sobre as transferências realizadas através do MB Way, uma plataforma de pagamento digital amplamente utilizada em Portugal. Este serviço, que até então tem sido uma opção acessível para muitos consumidores, está agora sob risco de se tornar mais oneroso, o que gerou uma onda de preocupação entre os utilizadores e as entidades de defesa do consumidor.
A DECO, associação de defesa do consumidor, foi rápida em reagir, alertando que o aumento das comissões pode resultar em desigualdades no acesso a serviços bancários básicos, especialmente afetando as camadas mais vulneráveis da população. Este cenário é visto com particular preocupação no contexto de uma sociedade cada vez mais digital, onde a inclusão financeira é crucial.
O impacto de uma eventual subida nas comissões vai além do bolso dos consumidores. A decisão pode também ter consequências para o mercado financeiro português, possivelmente reduzindo o uso de serviços digitais em favor de métodos tradicionais, o que poderia contrariar os esforços de modernização do sistema financeiro nacional.
O MB Way, desde o seu lançamento, tem sido promovido como uma solução conveniente e barata para transferências de dinheiro e pagamentos, principalmente entre os jovens e pequenas empresas. No entanto, as recentes tendências de mercado, onde os bancos procuram novas formas de rentabilizar os seus serviços, têm levado a uma revisão das condições associadas a estas plataformas digitais.
Especialistas em economia apontam que esta mudança reflete uma tentativa dos bancos de compensar as margens de lucro mais reduzidas num ambiente de taxas de juro baixas. No entanto, esta abordagem pode acabar por afastar os consumidores que veem na digitalização uma forma de escapar às tradicionais taxas bancárias.
A intenção do Governo de intervir legislativamente demonstra uma preocupação legítima com a proteção dos consumidores e a manutenção do acesso justo a serviços financeiros. Nos próximos meses, espera-se que sejam anunciadas medidas concretas para garantir que o MB Way continue a ser uma opção acessível para todos. Além disso, será crucial acompanhar as reações dos bancos e das instituições de defesa do consumidor às eventuais propostas legislativas. O desfecho desta situação poderá servir como um precedente importante para o futuro das comissões bancárias em Portugal.