O Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) intensifica os esforços para reduzir o domínio do Google no mercado de busca online, propondo a venda do navegador Chrome como parte de um processo antitruste, a empresa, que controla 90% do mercado global de buscas, enfrenta acusações de monopolização e poderá ver a sua estrutura operacional transformada caso as medidas sejam implementadas.
Em agosto, um tribunal federal já havia reconhecido o monopólio do Google no setor de buscas online, dificultando a entrada de concorrentes no mercado sem investimentos bilionários, a proposta de desmembramento inclui a venda do Chrome, que detém 64,61% do tráfego web global, e novas regulamentações para áreas como inteligência artificial e o sistema operativo Android, o DOJ argumenta que essas medidas são necessárias para fomentar a competição e combater práticas que limitam a inovação tecnológica. Esse caso remete à tentativa histórica de divisão da Microsoft nos anos 1990, um marco no combate aos monopólios tecnológicos.
O Google rejeitou veementemente as propostas, classificando-as como um “excesso” do governo, a empresa alerta que essas medidas podem prejudicar os consumidores ao aumentar os custos de dispositivos e comprometer a segurança do navegador Chrome, defende que o impacto negativo sobre a liderança tecnológica dos EUA seria significativo, especialmente num momento em que a concorrência global se intensifica.
No Reino Unido, a Autoridade para Concorrência e Mercados (CMA) encerrou recentemente uma investigação sobre a parceria do Google com a startup Anthropic, demonstrando um posicionamento mais brando em relação ao controle da empresa no setor.
Lee-Anne Mulholland, representante do Google, acusou o governo de promover uma “agenda radical”, enquanto o CEO Sundar Pichai destacou a adoção em massa de ferramentas de busca integradas à inteligência artificial, reforçando o compromisso da empresa com a inovação. Por outro lado, o DOJ argumenta que o mercado de busca online é um “espaço real muito valioso” que não deve ser controlado por um único ator, destacando que a concorrência saudável beneficia tanto consumidores quanto empresas. A proposta de venda do Chrome e as novas regulamentações podem redesenhar o mercado global de busca online. O desmembramento do Google pode abrir espaço para novos concorrentes, mas também levanta preocupações sobre a fragmentação tecnológica e os possíveis efeitos adversos na segurança e na experiência do utilizador.
Se implementadas, essas medidas marcariam um dos maiores desmantelamentos de uma empresa tecnológica na história, destacando a crescente tensão entre o poder governamental e as grandes corporações. O juiz Amit Mehta será responsável por decidir sobre os “remédios” propostos, e o caso poderá arrastar-se por anos nos tribunais, dependendo dos apelos, recursos e negociações. Independentemente do resultado, o processo contra o Google estabelece um precedente importante para futuras regulações no setor tecnológico. As audiências prometem ser um divisor de águas, não só para o Google, mas para todo o ecossistema digital global. A decisão final poderá moldar o futuro da tecnologia e da concorrência nos mercados digitais.