Recentemente um estudo revelou que 62% dos trabalhadores da Geração Z nos EUA acreditam que a inteligência artificial (IA) poderá vir a substituir os seus empregos nos próximos dez anos, este receio contrasta com a tranquilidade dos executivos, com apenas 6% preocupados sobre a ameaça da IA aos seus postos de trabalho!
A crescente adoção de tecnologias de inteligência artificial (IA) nos ambientes corporativos tem gerado preocupações em várias gerações de trabalhadores, a Geração Z, a primeira a crescer num mundo digital e com acesso constante à internet, vê a IA não apenas como uma ferramenta de trabalho, mas como uma ameaça iminente aos seus empregos, com a automação já a substituir funções repetitivas, muitos jovens temem pela estabilidade das suas carreiras num mercado cada vez mais dependente da tecnologia.
Este medo é alimentado por números alarmantes, de acordo com o estudo (realizado pela General Assembly), 62% dos trabalhadores da Geração Z acredita que os seus empregos estão em risco devido à IA, uma realidade que parece distante para os CEOs e executivos das empresas, enquanto as novas gerações demonstram apreensão, os líderes empresariais adotam uma postura mais serena, com apenas 6% deles a considerando a IA uma ameaça para suas posições. A disparidade nas reacções entre os diferentes grupos geracionais está relacionada às responsabilidades e ao papel de cada um no mercado de trabalho. Os trabalhadores mais jovens, especialmente os em estágios iniciais de carreira, estão mais expostos às tarefas que podem ser automatizadas, como atividades repetitivas e de baixo nível. Por outro lado, os executivos e gestores, com anos de experiência, são menos vulneráveis a essa transformação, o que gera um desconforto ainda maior entre os mais jovens.
A IA já tem sido usada como justificação para cortes de postos de trabalho, com mais de 4.600 postos de trabalho perdidos nos EUA desde maio do ano passado, segundo um relatório da Challenger, Gray & Christmas, este cenário só aumenta o receio da Geração Z, que vê a tecnologia como uma ferramenta de redução de custos, a falta de habilidades interpessoais entre os jovens tem sido um ponto de crítica por parte dos empregadores, o que torna ainda mais urgente o investimento no desenvolvimento de competências essenciais para o mercado de trabalho. Lupe Colangelo, diretora da General Assembly, sublinha que, apesar da tecnologia automatizar funções, as soft skills, como comunicação e gestão de tempo, são cada vez mais valorizadas pelas empresas.
Em resposta ao medo de substituição por IA, Lupe Colangelo afirma: “A IA pode realizar muitas das tarefas repetitivas que anteriormente eram feitas por trabalhadores de nível iniciante. É compreensível que as gerações mais jovens se sintam ansiosas com isso.” Já o CEO da Nvidia, Jensen Huang, defendeu que a IA pode desempenhar de 20% a 50% de um trabalho, mas o verdadeiro risco para os profissionais está em como usar a IA para automatizar essas funções e, assim, optimizar a produtividade, ainda acrescentou que a perspectiva única da Geração Z no ambiente de trabalho não deve ser descartada.
A evolução tecnológica tem gerado um ciclo de adaptação constante nas empresas, mas também um crescente sentimento de incerteza entre os trabalhadores, a automação tenha sido uma característica das últimas décadas, a ascensão da IA intensificou este processo, trazendo à tona um debate sobre os limites da tecnologia e o papel das pessoas no mercado de trabalho, a resistência de algumas gerações mais velhas a essa mudança também é compreensível, dado o seu distanciamento do mundo digital e a sobrecarga de informações associada ao avanço rápido das novas tecnologias, a responsabilidade recai sobre as empresas para apoiar a transição de trabalhadores, especialmente os mais jovens, que podem estar em posições mais vulneráveis.
A Geração Z enfrenta um futuro incerto, com o medo de ser substituída pela IA no trabalho, essa transformação também apresenta oportunidades para o aprimoramento das habilidades interpessoais e da adaptabilidade dos jovens trabalhadores. O próximo passo crucial para as empresas será equilibrar a adoção de tecnologias com a necessidade de formação e capacitação das futuras gerações, garantindo que a inovação tecnológica não signifique a exclusão de talentos humanos.