Um ataque informático em larga escala bloqueou a aplicação Navegante, essencial para a compra de bilhetes e passes de transportes públicos em Lisboa, afetando milhares de utilizadores. Desde o início de 1 de outubro, a interrupção tem gerado transtornos significativos, numa altura de grande dependência dos serviços digitais para mobilidade.
A app Navegante, que facilita o carregamento de passes para transportes públicos em Lisboa, foi alvo de um ataque cibernético de grande dimensão na manhã de 1 de outubro de 2024. Este ataque comprometeu a capacidade dos utilizadores de adquirirem bilhetes e renovarem os seus passes. O problema, que também afetou parcialmente a aplicação Andante no Porto, destaca a crescente vulnerabilidade das infraestruturas digitais ligadas a serviços essenciais, como os transportes públicos.
O ciberataque vem num momento crítico, pois muitos passageiros dependem da renovação dos seus passes mensais no início de cada mês. Além disso, o aumento da utilização de plataformas digitais para a mobilidade nos últimos anos tem tornado os sistemas de bilhética digital um alvo cada vez mais apetecível para hackers. As autoridades ainda estão a investigar a origem do ataque, que poderá ter motivações financeiras ou políticas.
A resposta imediata dos utilizadores foi de frustração, uma vez que muitos dependem dos transportes públicos para os seus trajetos diários. Nas redes sociais, multiplicam-se os relatos de dificuldades no acesso a serviços de transporte, com longas filas de espera nas bilheteiras físicas e nas máquinas automáticas.
A Carris, entidade responsável pelos transportes públicos de Lisboa, emitiu um comunicado afirmando que estão a trabalhar em conjunto com especialistas em cibersegurança para restaurar a funcionalidade da aplicação. “Estamos a tomar todas as medidas necessárias para mitigar os efeitos deste ataque e garantir que os utilizadores possam voltar a carregar os seus passes o quanto antes”, lê-se na nota oficial.
Entretanto, o Centro Nacional de Cibersegurança já foi acionado e está a investigar a natureza e a origem do ataque. O porta-voz do Centro comentou que, embora seja cedo para atribuir responsabilidades, “a sofisticação do ataque indica um nível de organização elevado”.
Embora a app Navegante ainda esteja fora de serviço no momento, as autoridades e as equipas de cibersegurança estão a trabalhar para restabelecer o sistema. A longo prazo, este incidente deverá acelerar os esforços para fortalecer a segurança digital nos serviços públicos, com investimentos em infraestruturas mais robustas e medidas preventivas contra ciberataques