O CEO da BMW, Oliver Zipse, advertiu que a proibição de carros a gasolina em 2035 poderá afetar gravemente a indústria automóvel europeia, tornando-a dependente de baterias chinesas, durante a Cimeira Automóvel de Paris, Zipse pediu uma revisão da legislação, argumentando que um caminho mais flexível ajudaria a evitar o encolhimento do setor e reduziria a dependência de tecnologias estrangeiras, especialmente da China.
A União Europeia aprovou, em março de 2023, uma legislação que exige que todos os novos automóveis e carrinhas vendidas no bloco sejam de emissão zero a partir de 2035, como parte do seu objetivo de alcançar a neutralidade climática até 2050, no entanto, esse plano tem gerado preocupações no setor automóvel, com CEOs de vários fabricantes europeus a manifestarem apreensão quanto aos impactos económicos e estratégicos dessa transição acelerada, Um deles é Oliver Zipse, CEO da BMW, que destacou que a proibição pode “atingir o coração” da indústria automóvel europeia, levando a uma “redução massiva” do setor e aumentando a dependência da China para o fornecimento de baterias.
As declarações de Oliver Zipse alinha-se com as preocupações de outros CEOs da indústria, como Carlos Tavares, CEO da Stellantis, e Ola Källenius, da Mercedes-Benz, todos alertam sobre o impacto de uma transição prolongada para veículos elétricos, que pode criar um cenário de “guerra de preços” com fabricantes chineses, como a BYD, colocando ainda mais pressão sobre as empresas europeias, a queda de 44% nas vendas de veículos elétricos em agosto de 2024 na Europa também reforça o temor de que a transição possa não estar a ocorrer de forma sustentável, exacerbando desafios económicos e industriais.
Oliver Zipse enfatizou que a Europa precisa de uma abordagem “agnóstica” em relação à tecnologia, onde o foco principal seja a redução de emissões de CO2, independentemente da solução tecnológica adotada, ele argumentou que flexibilizar o prazo da proibição seria crucial para garantir a viabilidade do setor, permitindo que a indústria automóvel europeia mantenha resiliência geopolítica e acesso a matérias-primas essenciais, sem depender exclusivamente da China.
Nos últimos anos, a pressão para eletrificar a frota de veículos na Europa tem aumentado, mas a competição com empresas chinesas e os altos custos de produção de veículos elétricos têm sido desafios significativos, enquanto isso, os executivos europeus alertam para a necessidade de uma transição mais suave e equilibrada, a forte concorrência no mercado, juntamente com a queda nas vendas de veículos elétricos, levanta dúvidas sobre a capacidade da indústria em sustentar o ritmo exigido pela regulamentação da UE.