A mais recente sondagem do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica revela uma significativa alteração no panorama político português, com a coligação Aliança Democrática (AD) a ultrapassar o Partido Socialista (PS) nas intenções de voto. O estudo, realizado entre 17 e 23 de outubro, mostra a AD com 33% das preferências, enquanto o PS recua para 29%.
O atual cenário político português apresenta uma reconfiguração notável face aos últimos meses. A coligação governamental, composta por PSD, CDS-PP e PPM, registou um avanço de dois pontos percentuais, enquanto os socialistas sofreram uma queda expressiva de quatro pontos. Esta alteração ocorre num momento particularmente significativo, já após o anúncio da posição de abstenção do PS relativamente ao Orçamento do Estado para 2025.
Igualmente relevante é a recuperação do Chega, que soma quatro pontos percentuais, atingindo os 18% nas intenções de voto. Este resultado sugere uma volatilidade considerável no eleitorado do partido liderado por André Ventura, como nota o próprio relatório do CESOP.
O executivo liderado por Luís Montenegro mantém uma avaliação predominantemente “razoável”, com 57% dos inquiridos a classificarem assim o seu desempenho. Apenas 18% consideram a atuação governamental “má” ou “muito má”, enquanto 22% a avaliam como “boa” ou “muito boa” – números que se mantêm relativamente estáveis face ao último estudo.
Quanto ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa conseguiu travar a tendência de queda na sua popularidade, registando uma subida de sete pontos percentuais em relação às avaliações de maio e julho. A sua classificação atual situa-se nos 10,1 valores (numa escala de 0 a 20), ainda distante dos níveis de aprovação do seu primeiro mandato, mas representando uma recuperação face aos meses anteriores.
O CESOP sublinha a necessidade de cautela na interpretação destes resultados, notando que as alterações observadas se encontram dentro da margem de erro da sondagem. Será necessário aguardar por futuros estudos para confirmar se estas tendências se consolidam ou se representam apenas variações pontuais no sentimento do eleitorado.
Esta reconfiguração do panorama político português surge num momento crucial, com o país a enfrentar desafios significativos em várias frentes. A forma como os diferentes atores políticos responderão a esta nova realidade poderá determinar o rumo da governação nos próximos meses.
[Nota: Estudo realizado com uma amostra de 1025 inquiridos, apresentando uma margem de erro de 3,0% para um nível de confiança de 95%.]