As latas de Asahi Super Dry, com seu dourado característico e a promessa de um sabor que conquistou o mundo, estão paradas nas prateleiras dos supermercados japoneses. Não por falta de procura, mas porque, há 24 horas, as fábricas que as produzem estão em silêncio. Um ciberataque paralisou a Asahi Group Holdings, gigante japonesa de cervejas e bebidas, e a empresa ainda não sabe quando, ou se, a produção voltará ao normal.
A Asahi, dona de marcas como Nikka Whisky e Mitsuya Cider, confirmou ontem que as suas operações domésticas foram suspensas, linhas de produção, processamento de pedidos, logística e até os call centers estão inativos. Trinta fábricas espalhadas pelo Japão, responsáveis por cervejas, bebidas e alimentos, foram atingidas.
A empresa garante que, até agora, não há evidências de perda de dados pessoais. Mas o dano já está feito, o que se paralisa não é apenas a produção, mas a confiança de um país que vê, na Asahi, um símbolo de tradição e inovação.
“Não podemos prever quando a produção será retomada”, admitiu um porta-voz da empresa à Reuters. A frase, seca e direta, ecoa como um alerta, num mundo onde a tecnologia é a espinha dorsal da indústria, um clique malicioso pode desmontar décadas de trabalho.
A Asahi não é a primeira, e certamente não será a última, a enfrentar esse pesadelo. Mas o caso ganha contornos dramáticos quando se trata de uma empresa que move bilhões e abastece mesas de Tóquio a Seul, de Londres a Lisboa.
A Asahi não é um caso isolado. Em 2024, ataques cibernéticos a empresas de infraestrutura crítica, de hospitais a oleodutos, mostram que a guerra digital não tem fronteiras. O que muda, aqui, é o símbolo, uma cerveja que cruzou oceanos, que se tornou sinônimo de qualidade japonesa, agora refém de um código malicioso. É a materialização de um medo que muitos preferem não enfrentar, até onde estamos vulneráveis?
A notícia pode parecer distante. Afinal, o que uma cervejaria japonesa tem a ver com as pequenas e médias empresas portuguesas? Tudo. Num mundo globalizado, onde uma falha em Tóquio pode afetar uma cadeia de suprimentos em Lisboa, a lição é clara: a cibersegurança não é um luxo, é uma necessidade. E, como diria um velho provérbio latino-americano, “o inimigo não avisa quando vai bater à porta”.
O ataque à Asahi não é apenas um alerta para gigantes industriais, é um sinal vermelho para todas as empresas, independentemente do tamanho. Em Portugal, onde as PMEs são o coração da economia, a pergunta que não quer calar é, está a sua empresa preparada para um ciberataque?
Um plano de cibersegurança não é um gasto, é um seguro de sobrevivência. Se quer saber por onde começar, a PME.pt preparou um guia prático para proteger o seu negócio antes que seja tarde.
Porque, como diz o ditado, “o melhor momento para plantar uma árvore era há 20 anos, o segundo melhor momento é agora”. E com a cibersegurança, não há tempo a perder: Plano de Cibersegurança para Pequenas Empresas.