Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), afirmou que o euro pode tornar-se uma alternativa global viável ao dólar, se os governos europeus conseguirem fortalecer a arquitetura financeira e de segurança do bloco.
Esta declaração foi feita durante uma conferência em Frankfurt, onde Lagarde destacou os benefícios potenciais de tal mudança, incluindo um influxo de investimentos que permitiria aos países membros tomarem empréstimos a custos menores e protegeria o bloco contra sanções internacionais e flutuações cambiais.
A proposta de Lagarde surge num contexto de crescente descontentamento com a hegemonia do dólar, que levaram muitos países a procurar alternativas ao dólar.
A declaração de Lagarde foi recebida com ceticismo por alguns, que apontam para a necessidade de reformas estruturais profundas na UE para que o euro possa realmente desafiar o dólar.
O euro já demonstrou resiliência em crises recentes, como a pandemia de COVID-19 e a inflação pós-pandemia.
No entanto, a dependência energética da Europa e a sua ligação com o dólar, especialmente em importações de gás, continuam a ser obstáculos significativos.
A digitalização do euro, um projeto em curso, poderia ser um passo importante para aumentar a sua competitividade global.
Embora a visão de Lagarde seja ambiciosa, a realização deste objetivo exigirá não apenas reformas internas na UE, mas também uma estratégia coordenada para aumentar a confiança global no euro.
A próxima reunião do BCE, agendada para outubro, será crucial para definir os próximos passos nesta direção.
Vejo com otimismo a possibilidade de o euro se tornar uma alternativa global ao dólar. Esta mudança não só fortaleceria a economia europeia, mas também promoveria uma maior equidade no sistema financeiro global.