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Chips Biodegradáveis – Soluções Para Resíduos Eletrónicos

Chips Biodegradáveis

Na sociedade atual o registo predominante é o do consumismo, e dado que nos dias que correm todos se sentem familiarizados com a política do “compra e deita fora”, encontramo-nos hoje em dia com um dos maiores problemas ambientais – os resíduos.

Ainda assim, já são muitas as soluções que vão sendo encontradas para solucionar ou minimizar este problema. Já existem ecopontos que permitem a separação e por isso mais fácil reutilização e reciclagem de plástico, papel e vidro.

Para além disso também os resíduos sólidos urbanos são alvo de um tratamento intensivo com o intuito de maximizar o seu aproveitamento.

Todavia, existe um tipo de resíduo cujo aproveitamento e reciclagem oferece ainda algumas resistências aos processos já existentes, sobretudo pela carga tóxica associada aos seus componentes – os resíduos elétricos e eletrónicos.

Tipicamente este tipo de resíduos é gerado em curtos espaços de tempo derivado a má utilização de aparelhos e/ou estes facilmente se tornarem obsoletos. Para além disso, o seu processo de reciclagem é complexo e requer a utilização de tecnologias avançadas, devido à diversidade de materiais na sua composição e à perigosidade das substâncias tóxicas.

Dentro destas, as substâncias mais problemáticas, quer do ponto de vista ambiental, quer do ponto de vista para a saúde humana, presentes nos seus componentes são os metais pesados (mercúrio, chumbo, cádmio e crómio), gases de efeito estufa, substâncias halogenadas, amianto e arsénio.

No sentido de se resolver esta situação muitos têm sido os estudos, que sobre esta temática se debruçam, sendo que a mais recente inovação neste campo é uma solução a montante que se constitui como uma alternativa às matérias-primas utilizadas neste tipo de equipamento, que normalmente devido às suas características químicas e estruturais não são biodegradáveis.

Tendo esta questão em consideração, uma equipa de cientistas da Universidade do Wisconsin, em colaboração com o Forest Products Laboratory (FPL), estudou o potencial de utilização de um material flexível e biodegradável conhecido como Cellulose NanoFibril (CNF), como substrato semicondutor em chips, podendo ser incorporados em dispositivos eletrónicos flexíveis.

chips cnf

O material em questão é extraído diretamente da madeira e tem como principal objetivo substituir a camada de suporte que protege os chips em si. Muitos foram os desafios levantados ao uso deste tipo de material em chips sobretudo devido ao facto de a celulose devido às suas características funcionais poder aumentar ou diminuir de tamanho, de acordo com a humidade do ar, o que não convém acontecer para o bom funcionamento de um chip que provavelmente será usado num computador. Todavia os cientistas não desistiram aquando deste pequeno entrave e solucionaram o problema através da utilização de uma proteção feita em resina epóxi junto do CNF, tornando-o não só mais resistente à água, como também mais suave.

Este estudo constitui-se como um marco para a história ambiental, pois pela primeira vez é provável que se tenha conseguido construir aqueles que serão os chips sustentáveis do futuro.

Com a utilização deste tipo de chips teremos possibilidade de reduzir a produção de resíduos elétricos e eletrónicos associados ao seu fim de vida, que são considerados perigosos devido aos materiais tóxicos que encontramos na sua constituição, e que quando libertados para o meio ambiente, geram consequências nefastas para toda a biodiversidade. Para além disso outra das vantagens deste tipo de tecnologia é ser barata, o que lhe permitirá um mais fácil acesso.
Idealmente, os investigadores pretendem que o destino final deste tipo de tecnologia seja a floresta, pois através dos fungos que nela existem, irão decompor-se em nutrientes e fechar o ciclo da matéria que lhes deu origem. Isto é, ao depositar um chip biodegradável numa porção de terra estará a garantir alimento para os microrganismos que nela habitam e que, de forma natural, se alimentarão dele, reduzindo-o a novos nutrientes e sais minerais. O chip transforma-se em fertilizante.

É claro que mesmo assim ainda existe um longo caminho até que essa tecnologia se possa tornar efetivamente viável em termos de mercado.

Todavia, o resultado deste estudo deixa adivinhar que com o tempo iremos garantidamente assistir a um advento de aparelhos inteiros, feitos de materiais biodegradáveis, o que se constitui como uma ótima notícia, considerando o quão rápido os nossos dispositivos atuais se tornam obsoletos e acabam por ter como destino final os aterros.

A única dúvida que resta aos investigadores é a eficiência. Decorrem de momento estudos sobre a capacidade de um componente fabricado com material biodegradável ser tão eficiente quanto os que utilizamos atualmente, sobretudo porque essa questão será aquela que irá garantir ou não o investimento por parte das empresas.

Em resumo, este chip composto de celulose constituiu-se como uma das primeiras soluções apresentadas por investigadores para o crescente problema da deposição em aterro de resíduos elétricos e eletrónicos, que devido ao advento tecnológico a que assistimos e que tem tendência a intensificar-se, irá aumentar de forma exponencial. O desenvolvimento destas tecnologias “amigas do ambiente” irão garantir que o ciclo de materiais que se iniciou com a extração dos mesmos, será fechado e o seu balanço será nulo, não originando as consequências ambientais nefastas que derivam do comum processo de produção deste tipo de tecnologia.

Encontramo-nos pois num momento de viragem importante e que justifica levantar a questão: Estará para breve a fusão do mundo natural com o digital?

Não percam o próximo episódio, porque nós também não.

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Comentários

Uma resposta

  1. Daniela Ferreira tenho um amigo advogado que tem um cliente interessado em abrir uma empresa de tratamento de lixo.

    Será que me pode ajudar. Eu gostaria de saber todos os passos necessários para a criação desta empresa. Todas as licenças necessárias, quem contactar, onde me dirigir etc.

    Obrigado pela atenção.

    Parabéns pelo artigo

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