Já alguma vez pensou que o seu nariz lhe pode trazer sensações tão importantes que podem automaticamente ter influência na forma como se sente e na forma como perceciona os outros? E aquele cheiro que quando lhe vêm ao nariz o faz sentir logo como se estivesse na sua casa de infância (ai o cheiro a bolinhos da avó…)? Sabia que o olfato é o sentido mais diretamente ligado ao nosso cérebro? Curioso? Leia então este artigo sobre Aromaterapia – a terapia que lhe entra diretamente no cérebro.
A Aromaterapia é a prática terapêutica que procura utilizar Óleos Essenciais 100% puros como intermediário terapêutico para a prevenção e/ou tratamento auxiliar de problemas físicos, psicológicos e energéticos, visando alcançar ultimamente o bem-estar geral do ser humano.
A história da Aromaterapia remonta à história da evolução humana, pois desde sempre se encontram relatos sobre a utilização de plantas medicinais aquando da existência de maleitas e/ou distúrbios que não eram considerados comuns. Para além disso tanto as plantas medicinais como as aromáticas eram utilizadas para purificar e perfumar ambientes, afastar maus espíritos, tratar de problemas da pele, sendo largamente utilizados em processos de mumificação no antigo Egito e ainda de forma bastante documentada (e detalhada até em pinturas e manuscritos) nos banhos romanos que tipicamente se realizavam em termas próprias para o efeito.
Esta prática foi sendo transportada ao longo de séculos para os dias de hoje, e dado que atualmente se verifica um crescente interesse no estudo de terapias complementares à medicina convencional, também a Aromaterapia ganhou um grande número de interessados que a têm vindo a desenvolver e a aplicar em todo o mundo.
Na prática, a Aromaterapia é a aplicação terapêutica de Óleos Essenciais através de banhos, massagens, compressas, difusão no ambiente. Para que se possa proceder à utilização do óleo essencial torna-se necessário utilizar sempre um veículo neutro, que irá servir para a sua diluição, sendo normalmente utilizado como tal, óleo vegetal, água ou álcool de cereais.
Ao garantir a sua diluição os aromaterapeutas garantem que a dose utilizada é a adequada e ao mesmo tempo garantem a preservação das propriedades químicas e a atuação físico-química no organismo humano dos compostos orgânicos que os constituem, bem como a atuação sensitiva no olfato, que se traduz numa resposta do sistema límbico (a parte que é responsável pela perceção da sensação de cheiro no nosso cérebro).
E afinal o que são Óleos Essenciais?
Os Óleos Essenciais são substâncias orgânicas, puras e voláteis obtidas através daquilo a que os aromaterapeutas chamam de “alma da planta”. Este tipo de óleos encontram-se em várias partes das plantes aromáticas e medicinais (desde folhas, ramos, galhos, frutos, rizomas, flores, etc.) e tipicamente são formados por várias substâncias químicas como álcoois, aldeídos, ésteres, fenóis, hidrocarbonetos. Este tipo de compostos que se encontram naturalmente nas plantas é em constituição química similar aos compostos que são atualmente sintetizados quimicamente na indústria farmacêutica e que procuram tratar também as doenças.
O processo de obtenção deste tipo de óleos varia, todavia todos eles são obtidos através de processos de separação – sejam eles processos de destilação a vapor, extração por solvente ou extração por pressão.
Naturalmente, devido às diferentes propriedades das várias plantas, a obtenção dos óleos é característica de cada uma, isto é, os cheiros variam, as densidades também, bem como outras características como o caso dos pontos de ebulição (que interferem na sua capacidade de armazenamento, por exemplo). Outra questão relevante é que nem todos os Óleos Essenciais possuem aroma agradável ao olfato, apesar das suas propriedades terapêuticas, e é por isso mesmo que se costuma utilizar uma técnica de mistura de óleos (no máximo até 4), designada por Sinergia, a fim de tornar o aroma mais agradável, mais diferenciado, contribuindo ainda para a potencialização da ação terapêutica desejada.
Dado a Aromaterapia incidir sobre uma base de estudo químico muito forte é recomendável que para utilizar e trabalhar com óleos essenciais se informe sempre junto de aromaterapeutas especializados pois existem regras de utilização que podem fazer a diferença no sucesso de um tratamento. A título de exemplo é de notar que uma das regras primordiais da Aromaterapia é que a utilização de Óleos Essenciais nunca deve ultrapassar 2% do total, isto é, para cada 100 ml de veículo (álcool, óleo vegetal, bases neutras, água) devemos aplicar apenas 2 ml de Óleo Essencial (que equivale mais ou menos a 40/50 gotas, dependendo da viscosidade).
Se procura uma utilização caseira para a aromaterapia é também importante saber que os Óleos Essenciais são procedentes dos mais variados cantos do mundo e o seu preço é sempre elevado quando comparado à grande maioria das essências comercializadas no mercado, que regra geral são produzidas sinteticamente em laboratório não incorporando em si as características que permitem aplicações terapêuticas.
Depois da obtenção do seu óleo essencial (que poderá escolher de acordo com a sua intuição ou se preferir atuar em alguma área mais específica, poderá saber qual a utilização mais frequente para cada tipo de óleo) poderá aplicá-lo de formas distintas, mas todas elas eficazes, que vão desde o banho de imersão, à fricção, passando pela massagem e inalação.
Em resumo a Aromaterapia apresenta-se como uma terapia complementar que oferece uma vasta gama de aplicações para diferentes tipos de doenças, quer do foro físico, quer do foro psicológico, e que devido à utilização de óleos essenciais (que integram em si propriedades físico-químicas que se traduzem em sensações olfativas), garantem por intermédio dos nossos narizes transformações profundas ao nível do nosso sistema límbico, permitindo a eliminação de sintomas e o reforço de características imunitárias que aumentam a capacidade de resiliência.